Quem disse que eu me mudei?
Não importa que a tenham demolido:
A gente continua morando na velha casa em que nasceu.
Mario Quintana
A casa onde nasci há muito não existe mais. Ficou esta fotografia, que agradeço a meu querido irmão, Clovis, sempre muito atencioso com a história das pessoas da família. Ficava na terceira quadra da Rua Desembargador Vieira Cavalcanti, no bairro das Mercês, em Curitiba.
Como se costuma dizer, era uma casa de fundos, isto é, ficava na parte de trás do terreno. Foi a primeira casa de meus pais, logo depois do casamento. Alugaram da Dona Ema, que morava no mesmo terreno, na casa da frente. Foi assim que aprendi, ouvindo minha mãe, muitas vezes, recordar este período de sua vida. Não tenho nenhuma memória daqueles dias, mas é como se tivesse. Como não lembrar da Dona Ema, de quem minha mãe sempre recordava com gratidão e dessa casa que ainda existe na imagem e na imaginação.
Depois dessa casa, morei em mais algumas e sinto que ainda estou em cada uma delas, porém, não como nessa primeira. Já adulto, como artista plástico, realizei uma série de pinturas e depois gravuras, onde formas coloridas e geométricas representam casas. Não deixo de me surpreender pela semelhança entre as casas desenhadas e aquela onde nasci. Como não dar razão ao poeta: ” A gente continua morando na velha casa em que nasceu”.
Casinha com fogão a lenha é tudo de bom.
agora sei das raízes dessa gente com que churrasqueio, muito me admira a diferença de um rio de janeiro …
As casas de madeira também fazem parte de minha história.