Conheci o amigo Eduardo Bittencourt do Nascimento – ou como é mais conhecido em sua cidade natal, Antonina, o Eduardo Bó – quando ainda estudante na Escola de Música e Belas Artes do Paraná, onde ambos iniciamos nas lides do design gráfico.

Em 1978, nos associamos e, por cinco anos, realizamos vários projetos em parceria. Este primeiro ano foi particularmente importante porque obtivemos sucesso em dois concursos: o primeiro lugar no concurso para o cartaz do 1º Simpósio Nacional de Ecologia e, logo depois, o primeiro lugar no concurso para o cartaz institucional sobre Cooperativismo.

Além disso, no caso do simpósio sobre ecologia, vencer o concurso nos permitiu apresentar, ao Instituto de Terras e Cartografia do Paraná, uma proposta de trabalho contemplando todos os outros projetos gráficos necessários à realização do evento, o garantiu serviços por boa parte do ano e experiências profissionais muito úteis.

Reproduzo acima, além dos dois cartazes, cópias de duas notícias acerca dos dois fatos. Na esquerda, a do Jornal Seagri – órgão da Secretaria da Agricultura do Paraná – publicada em abril de 1978 e, na direita, a do Jornal Diário do Paraná, publicada no dia 3 de agosto de 1978.

Os registros testemunham um período histórico onde concursos de cartaz eram comuns e viravam notícia. Apesar do cartaz como veículo de comunicação ter adquirido mundialmente crescente importância como expressão de cultura, entre nós, não teve a mesma relevância. Se considerarmos as mostras internacionais de cartazes realizadas em vários países, cujos regulamentos consideram cartaz uma peça gráfica impressa em folha inteira, isto é, 100x80cm, teremos dificuldades de encontrar exemplos semelhantes no Brasil. Como designer gráfico a quase totalidade dos cartazes que projetei, foram impressos em meia folha, no formato brasileiro de 62x44cm. Hoje, são raros mesmo nesse formato. Quanto aos concursos, praticamente desapareceram. Sobraram os cartazes usados nas paradas dos ônibus de algumas cidades, em sua maioria publicitários.