Hoje acordei dividido
Não sei se saio sozinho
Ou se me levo comigo
J.H.Boguszewski
– É, eu sei!
– Sabe nada! O que você sabe é ficar me incomodando, me fiscalizando, como se eu não pudesse decidir sozinho…
– Não precisa se exaltar… eu quero apenas ajudar…
– Pois ajudaria se parasse de me controlar. Eu posso resolver sozinho o que é melhor para nós dois.
– Tenho certeza disso! Mas você há de concordar que, na maioria das vezes, nossas conversas são produtivas. Ainda ontem, falamos sobre o clima. Choveu. Não tenho culpa se você não deu bola.
– O problema não é esse! É o teu jeito de argumentar comigo o tempo todo… não me deixa refletir sozinho um instante…
– Não seja injusto! Afinal de contas eu me importo, só isso. E você sabe que não pode ser diferente.
– É, eu sei! Mas você poderia, pelo menos, me dar alguns minutos… quem sabe uma hora por dia enquanto eu não estiver dormindo. Só eu comigo mesmo.
– Não foi isso que aconteceu a pouco?
– Como assim?
– Eu me distraí e você já estava levantando da cadeira para fazer sei lá o que…
– Eu ia até a cozinha…
– Você esteve lá não faz uma hora. Você ia procrastinar mais uma vez. Não adianta. Você precisa sentar e terminar o texto para o blog. Quem pariu Mateus que o embale.
– Tá! E o que eu estou fazendo agora?
– Muito bem! Está escrevendo para o blog. Graças ao teu fiscal de plantão. Esse que sempre vos fala.
– É! E que não me sai da cabeça.
– E onde você queria que eu ficasse?
– Sei lá! … E o que é que eu escrevo agora?
– Sei lá digo eu! Não queira me explorar. Sou só a tua consciência pesada. A inteligência procure em outro lugar aqui dentro dessa cabeça teimosa.
– É, eu sei!
Ûrra, que consciência pentelha, sô!!!
Eu apóio sua consciência, Humberto. Se não fosse ela você não escreveria esse fascinante artigo e, em geral, a gente não produzia nada.
Tenho esses diálogos de mim comigo mesmo todos os dias. Deve ser mal de família
Caramba! Tá bom demais!